Professor da USP é Afastado por Denúncias de Assédio Moral e Humilhação em Premiação de Alunos
Educador cria constrangimento ao premiar e rotular aluna durante aula de Geologia na USP
Um professor titular do Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo (USP) foi afastado após denúncias de assédio moral durante uma aula do Bacharelado em Geologia. Joel Barbujiani Sigolo premiou dois alunos com livros pelo bom desempenho na matéria, mas em seguida constrangeu uma estudante ao entregá-la um “prêmio de pior aluna da turma”.
O incidente ocorreu este ano, embora os alunos tenham tido aula com o professor em 2023. Revoltados, os colegas divulgaram uma carta de repúdio ao episódio, apoiada por cinco centros acadêmicos da universidade.
De acordo com a carta, a aluna em questão enfrentou problemas de saúde durante seu primeiro semestre na faculdade, justificando suas faltas. Mesmo que isso não fosse o caso, os colegas enfatizaram que nada justificaria o assédio moral, que expôs a estudante a uma situação vexatória.
Além disso, relatos indicam que o professor utilizou palavras desconexas em japonês ao chamar a aluna à frente da sala, o que foi interpretado como discriminação devido à ascendência nipônica dela.
O Instituto de Geociências, em nota, repudiou o ocorrido, destacando que não condiz com a filosofia da gestão da instituição. O professor foi afastado preventivamente enquanto o caso é investigado, e as sanções cabíveis serão aplicadas caso os fatos sejam confirmados.
Em sua defesa, Sigolo reconheceu a impensada atitude, assumiu a responsabilidade e pediu desculpas à vítima e sua família, além de toda a comunidade acadêmica e sociedade civil.
O Código de Ética da USP estabelece o respeito mútuo entre todos os membros da universidade, proibindo o desrespeito ou discriminação por parte dos docentes.
O professor, formado em Geologia pela UFRJ e doutor pela USP, lecionava desde 1989 na instituição. Atualmente aposentado, ele continuava dando aulas como parte do quadro permissionário da USP.
O Instituto de Geociências reforçou que existem canais adequados para denúncias de assédio e perseguição, como a Comissão de Direitos Humanos, e que o docente afastado será sujeito a sanções conforme a jurisprudência universitária, caso os fatos sejam confirmados.